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DEPENDÊNCIA EMOCIONAL: COMO AS MÃS SE SENTEM SEM SEUS FILHOS

  • Foto do escritor: Me ajuda, mamãe!
    Me ajuda, mamãe!
  • 11 de set. de 2024
  • 3 min de leitura

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Nunca imaginei que uma breve separação pudesse desencadear uma tempestade emocional tão grande em mim. Durante um feriado, Mateus, que tem 10 anos, viajou sozinho pela primeira vez. Foram apenas cinco dias, mas o impacto dessa distância revelou uma dependência emocional que eu não esperava sentir tão fortemente.

Falar sobre isso não é algo que encha de orgulho, afinal, expor nossas vulnerabilidades nunca é fácil. Mesmo me sentindo menos apegada do que quando ele era menor, percebi que ainda não estou preparada para lidar com o sentimento de vazio em casa, mesmo que por poucos dias.


Filho independente, mãe dependente.

O convite para passar o feriado no interior com amigos e suas crianças da mesma idade que Mateus era para toda a família. Nós costumamos aceitar esses convites, mas desta vez eu não estava disposta.

Era algo pessoal, eu não estava com ânimo para festa, comemorações ou muita interação social. Porém, não queria privar meu filho de uma oportunidade tão divertida.

Essas vivências são essenciais para o crescimento e independência dele, e eu sabia que meu momento introspectivo não deveria ser uma barreira. Contudo, encarar essa separação foi bem mais complicado do que eu imaginava. Na noite anterior, enquanto passava algumas orientações para Mateus, uma enxurrada de emoções me invadiu, culminando em lágrimas silenciosas e persistentes.

No dia em que ele partiu, após uma despedida cheia de animação (da parte dele, claro, empolgado com essa nova experiência), entrei no chuveiro e me permiti desabar. Chorei tudo o que estava preso dentro de mim.

Apesar da saudade, não fazia sentido privá-lo da diversão e da companhia de outras crianças.


Não somos máquinas, sem emoções!

A dependência emocional das mães em relação aos filhos é natural, mas raramente discutida tanto quanto outros desafios da maternidade. Desde o nascimento, criamos um vínculo tão profundo que imaginar a vida sem a presença constante deles parece impossível. A independência dos filhos, por mais que seja desejada, pode trazer uma dor inesperada, e foi exatamente isso que senti.

Essa dependência não reflete apenas o amor materno, mas também a importância central que a maternidade ocupa na vida de muitas mulheres. Para muitas de nós, ser mãe se torna uma parte crucial da nossa identidade, e qualquer mudança nessa dinâmica pode desencadear uma crise emocional.

Racionalmente, sabemos que esses momentos de autonomia são importantes para o desenvolvimento das crianças. Mas, na prática, lidar com essa situação pode ser emocionalmente difícil. A saudade se mistura com o conflito entre fazer o que é certo para eles e o aperto no coração. Definitivamente, não somos robôs!


Formas de lidar com a dependência emocional

Após aquele primeiro dia difícil, procurei maneiras de lidar com minha dependência emocional de forma mais saudável. Como mencionei antes, estava em um momento de introspecção, precisando estar comigo mesma e acolher esses sentimentos.

A primeira coisa que fiz? Gravei uma série de stories no Instagram!

Sim, pessoal! Não estava buscando apoio ou empatia, mas sentia a necessidade de desabafar e expressar tudo que estava sentindo, e compartilhar em vídeo foi a forma mais fácil de fazer isso.


Além de desabafar, outras estratégias me ajudaram:

  1. Aceitar e acolher os sentimentos

O primeiro passo é reconhecer que essa dependência emocional é normal e compreensível. Aceitar que sentir saudade e tristeza é algo natural pode acalmar o coração e reduzir a autocobrança.

  1. Manter a mente ocupada

Cada pessoa encontra uma maneira diferente de ocupar a mente. No meu caso, busquei colocar a leitura em dia, assistir séries e me dedicar ao trabalho. A leitura, especialmente sobre espiritualidade, tem me ajudado muito nesse processo de autoconhecimento e cuidado pessoal.

  1. Conversar com outras mães

Após compartilhar meus sentimentos nos stories, muitas mães me procuraram para dizer que também se sentiam assim. Conversar com outras mães foi reconfortante, pois me fez perceber que eu não estava sozinha e que outras pessoas compreendiam exatamente o que eu estava passando.


O retorno do meu pequeno

Passei os dias contando as horas para o retorno do Mateus. E sabem o que percebi durante a ausência dele? Que, apesar da saudade (e do choro, kkkk), consegui lidar com a separação de uma forma mais saudável. Ele voltou cheio de histórias, e eu estava mais consciente da minha capacidade de enfrentar essas situações.

A dependência emocional entre mães e filhos é uma parte natural da maternidade, mas é essencial aprender a lidar com esses sentimentos de maneira equilibrada. A primeira viagem do Mateus sem mim foi uma lembrança valiosa de que, apesar da dor da separação, podemos crescer e nos fortalecer com essas experiências.

Se você está passando por algo parecido, saiba que é normal sentir saudade e tristeza. Busque apoio, cuide de si mesma e lembre-se de que cada passo de independência dos nossos filhos é uma vitória para eles e também para nós. Se já passou por isso, ou conhece alguém. Compartilhe sua experiência com a gente!

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